Apenas uma forte e apaixonada aposta por parte da Câmara Municipal de Gouveia e várias entidades locais permitirão desde o primeiro momento a realização da prova na localidade junto à Serra da Estrela, sem dúvida o grande ‘cartaz promocional’ da região, sendo igualmente graças à atracção por esta, em especial no Inverno, que um grande número de forasteiros visitam a região, com natural retorno económico directo no comércio da região.
Mas o mundial de enduro e a sua comitiva é igualmente motivo para um notado impacto económico em todas as regiões que visita. Contabilizando apenas o retorno directo por parte de todos os directamente envolvidos na prova – pilotos, equipas e profissionais – e com base num estudo feito para um total de uma centena de pilotos por evento, o número global de pessoas directamente ligadas a cada evento é superior ás 400, já que além da centena de atletas se juntam mais 220 pessoas ligadas ás equipas, 55 profissionais divididos entre jornalistas, membros da Federação Internacional de Motociclismo, staff do promotor, imprensa e patrocinadores…etc. A fechar este número cada prova recebe por hábito cerca de três dezenas de convidados de pilotos ou equipas.
Destes, cerca de 80% (325 pessoas) ficam habitualmente em hotéis locais com estadias que variam entre as duas e as seis noites, num total que ultrapassa as 1300 noites por evento. Tendo em conta um preço médio de 65 euros por noite e 3,50 noites de média, são quase 74.000 euros que são encontrados no final. Em refeições o impacto ultrapassa facilmente os 55000 euros mesmo contabilizando em exclusivo os jantares – a maiorias almoça no paddock nas próprias instalações das equipas, adquirindo no entanto muitos dos viveres no comércio local.
A estes números juntamos ainda os combustíveis, aluguer de automóveis, despesas várias e taxas de inscrição e atingimos um valor de impacto directo ao redor dos 200.000 euros por prova, tendo em conta a presença de apenas uma centena de pilotos. Números que justificam a aposta feita pelas entidades oficiais, que beneficiam ainda das quase 70 horas de transmissão televisiva (dados relativos à prova de Gouveia em 2015) distribuídas por todos os cinco continentes numa clara promoção da região, pois o contacto directo da modalidade com a Natureza torna-se perfeita para mostrar ao mundo cada região.
Argumentos mais do válidos e justificados para que Gouveia, a sua autarquia e as suas gentes acolham mais uma vez um evento de importância mundial.